Estudantes da Keio University, prestigiada instituição de ensino superior privada localizada em Minato, Tóquio, estão realizando um interessante projeto com o apoio do Japan Post. Utilizando-se de folhas de tarayou (Ilex latifolia), uma espécie de azevinho comum na ásia, os estudantes universitários passaram a escrever cartas, usando a planta como mídia, para depois enviá-las pelo correio, como uma forma de propor uma comunicação mais duradoura.

Os primeiros registros de cartas no Japão reportam-se ao período Heian (平安時代 – Heian jidai de 794 d.C a 1185 d.C) e elas eram escritas justamente nas folhas de terayou.
O resgate dessa forma de comunicação tradicional foi iniciado pelo Tarayou Tree Project, que já enviou mais de 50 mensagens, desde abril do corrente ano, para todo o Japão usando as folhas da árvore. Cabe observar que esse vegetal, tem a propriedade de conseguir absorver eficientemente a tinta de canetas permanentes de forma bem simples.
Segundo explicou Risa Kitamura, estudante do terceiro ano da Universidade de Keio:
“Acreditamos que seria interessante que veteranos da universidade e calouros se conectassem. E encontramos uma forma de criar essas relações para além dos limites do digital através de cartas”
O despacho desta correspondência é simples bastando: um selo postal para pagar o serviço que é 120 ienes (US $ 1,10), o endereço do remetente, destinatário e uma folha de Tarayou.
O projeto está contido na disciplina ‘Introdução à Construção de um Campus pelos Alunos’’, uma matéria que procura incentivar o senso de comunidade através de ações estudantis. Em um momento inicial, eles pensaram em adotar o ‘Future Mail’, programa do serviço postal japonês que entrega cartas 10 anos depois de seu envio. Mas os alunos acreditaram que as cartas de papel não tinham o apelo necessário.

As cartas no terayou, cabe observar, se tornaram uma surpresa para a própria mídia japonesa, com inúmeras referências em blogs e nas redes sociais. Este interesse não se deu pela inusitada criação em si, mas pelo fato de que os correios do país estão entregando as correspondências como se fossem cartas tradicionais de papel, porém sem as restrições de dimensões mínimas.
















