Abordamos hoje, aqui no Blog, uma versão atualizada da Tabela Filatélica dos Elementos Químicos (Philatelic Table of the Elements), trabalho originalmente apresentado na reunião da American Chemical Society, realizada na primavera de 2016, que agora sofre uma atualização para marcar o Ano Internacional da Tabela Periódica (IYPT-2019).
Nesta nova versão foram incluídos os quatro elementos nomeados mais recentemente. Além disso, algumas seleções de selos foram alteradas para ampliar a cobertura de tópicos de forma a aumentar os possíveis usos em sala de aula.
Cada elemento é representado por um único (ou, em alguns casos, pares) de selo(s) postal(es). A tabela vai do hidrogênio (retratado por um selo norte-vietnamita imortalizando postalmente o “sucesso” do teste da bomba H realizado pela China) e termina com Oganessian (com “crie seu próprio selo” da Zazzle). Este interessante recurso fornece, em suma, uma plataforma para discussão de pessoas, lugares, fontes e pesquisas associadas, de alguma forma, a cada um dos 118 elementos químicos.
Um total de 74 autoridades postais emissoras, indo de Aden ao Zaire, estão representadas.
Pode-se viajar das salinas do Salar de Uyuni (lítio) da Bolívia até o Atol Enewetak das Ilhas Marshall (einsteinio), reunindo ainda químicos pioneiros, tais como, Moissan, Soddy, bem como, os Curie ao longo do caminho.
Boa parte do trabalho foi realizado por Larry G French, PhD em química orgânica e professor de Universidade St. Lawrence (Canton, Nova York), durante uma licença sabática, usufruída por ele, na primavera de 2015. Em postagem publicada no Blog da “Chem13 News Magazine”, acerca deste recurso o autor diz, numa tradução livre:
“Como um químico orgânico, minha visão de mundo químico se concentrava no carbono. Eu raramente me aventurei além das primeiras três filas da tabela de Mendeleiev e se eu alcancei mais, foi apenas por um elemento que poderia ajudar a fabricar novas ligações de carbono carbono e sintetizar novas moléculas orgânicas. Percebi que, como químico experiente, eu deveria ter pelo menos um conhecimento superficial de todos os elementos do conjunto. Rastrear um selo para representar cada elemento forneceria um impulso para aprender um pouco sobre a descoberta e a utilização de cada um deles. O produto final seria de interesse geral, o que poderia ser útil na escola secundária e nos níveis não universitários.” (in https://uwaterloo.ca/chem13-news-magazine/april-2019/feature/introduction-philatelic-table-elements-20)
Segundo ainda explicação do autor o mesmo tentou incluir o maior número possível de países, garantindo uma boa mistura de pessoas, lugares, aplicações e campos científicos. Para alguns elementos (geralmente aqueles com grande significado econômico, como ouro e alumínio), havia muitas opções filatélicas disponíveis para selecionar. Por outro lado, os lantanídeos (ou lantanoides) e os actinídeos (ou actinoides), por exemplo, frustrantemente apresentavam um desafio mais significativo, face a raridade de selos, exigindo uma pesquisa filatélica bem mais profunda e, até mesmo, uma licença criativa.
O índice que acompanha este recurso contém informações sobre o conteúdo químico representado em cada selo e alguns tópicos sugeridos de pesquisa para os alunos ou discussão em classe. Agrupamentos por categorias ou tópicos (armas nucleares, energia, saúde e medicina, luz, terra e ciência astronômica, elementos antigos e alquimia, economia de recursos, químicos famosos, elementos super pesados e materiais) também são indicados.
O futuro deste projeto envolverá, segundo ainda o autor, tentativas no sentido da elaboração de um livro apresentando um pequeno ensaio para cada um dos selos e uma versão interativa da tabela que deverá estar disponível on-line, onde se pode clicar em cada selo para obter uma bibliografia de leituras apropriadas para vários níveis de conhecimento.
Vejamos sequencialmente, antes de concluir esta postagem, uma tabela, com imagens de boa qualidade, fornecida pelo autor, para sua consulta e comodidade:
